Olá pessoal!!!
Quanto tempo, não é? Tantas coisas para contar!!! Júlia nasceu!!! Agora é oficial: sou mãe. Tantas novidades, descobertas, tantos conselhos. "Ser mãe é a melhor coisa do mundo!", "Agora você vai saber o que é amor de verdade!", "Prepare-se para a melhor experiência da sua vida!". Nossa, me falaram tantas coisas... E de fato todas são verdadeiras. Só esqueceram de me falar do que acontece no puerpério, ou seja, no pós parto.
Não estou falando nas mudanças físicas, nem no parto em si (cesária ou normal), mas na nova vida desconhecida ou na nova pessoa que você se torna.
Antes de engravidar, sua vida gira em torno do seu próprio umbigo. Verdade seja dita, importa você e o resto é resto. Você toma banho a hora que quer, vê TV a hora que bem entende, faz as unhas, depilação, se arruma, maquia-se. Grávida, encontra-se no mesmo pique, e com uma vantagem: torna-se o centro das atenções. Mas, depois que o bebê nasce e vamos para casa... Não entendam esse post num tom de reclamação, mas esquecem de nos falar o quão trabalhoso, estressante e cansativo é o papel de mãe. E, por isso, pra ajudar quem pode estar sentindo a mesma coisa que eu senti, e admito, às vezes ainda sinto, é que resolvi escrever.
Não, não é fácil! A menos que você tenha babá, secretária do lar, faxineira, passadeira, seu marido e sua mãe (ou sogra, cunhada, irmã), tudo são flores. Sem isso, esqueça! Não há glamour em passar a noite em claro, andar 24h de pijama, cabelo desgrenhado, casa bagunçada, bebê chorando e você sem saber o por quê.
Em nenhum momento me arrependi. Não planejei minha gravidez, mas também não a evitei. Deixei acontecer no tempo que deveria acontecer. Depois que a Júlia nasceu, tive todo o apoio do meu marido (maridão e paizão de primeira, diga-se de passagem!), minha mãe, além de mãe é vizinha, o que também ajuda pra caramba. Mas, engana-se quem ache que ela me ajudou muito. Foi mais apoio moral mesmo, pois assumi minha filha por completo. Sempre pensei assim " Não fiz? Então, a responsabilidade é minha!". Esse negócio de fazer filho e deixar pra outro criar nunca foi comigo. Claro, que quando eu voltar a trabalhar (ainda estou de licença), será à minha mãe a quem confiarei a minha filha. Mas, até lá, quem lambe a cria sou eu! rs
Depois do choque inicial de chegar em casa, os dias foram passando e aí fui sentindo o peso da responsabilidade de criar um bebê. Os dias de rotina foram tomando conta da minha vida. Vivo em função da Ju o dia todo. Como amamento exclusivamente, ela que comanda os horários. Comer, dormir, trocar. Trocar, dormir, comer. E assim vivo há 4 meses. No início do segundo mês, mais ou menos, o bicho pegou. Não por nenhum problema específico, ela não teve grandes problemas com cólica, refluxo, meu peito não rachou, também não sangrou... mas a cabeça, meu amigo.... putz!!!! De um lado a glamurosa maternidade, digna de livro, mundo cor de rosa, rainha, rei e princesa. De outro lado a saudade de um banho demorado, do tempo de ócio, das próprias vontades tomando conta da vida. Me senti um lixo de mãe. Como podia ter saudade do banho demorado? De ir ao salão toda semana fazer as unhas? De ver TV quando queria? Que absurdo era esse? Afinal, isso é tão bobo diante do milagre da vida! E aí, me senti a pior das mães. E não tinha coragem de assumir isso para ninguém, afinal, o que pensariam de mim????? Surtei. Chorei baldes, entre o sentimento de saudade da vida antes da maternidade e a coragem de assumí-la e a minha bebê. Me sentia péssima, egoísta, má, questionando a todo o momento que tipo de mãe eu era. Afinal, todo mundo falava que era tão maravilhoso, tão esplêndido, tão grandioso e eu sentindo falta de lavar o cabelo? Que raio era isso?
Até o dia que conversei com uma amiga minha, a Kaká (meu anjo naquele momento!) e ela me disse que tinha passado pela mesma coisa. Daí, vi a Mari, falando a mesma coisa. E comecei a perceber que o problema não era comigo, que eu não seria nem a primeira e nem a última a sentir aquele "tsunami" de emoções e não saber como lidar com elas. Um dia, a Kaká publicou um texto muito interessante falando sobre isso e vi mais gente no mesmo barco que eu. Isso foi um alívio, pois comecei a perceber que não era um problema, era uma fase, onde todas nós passamos por ela. A maternidade nos transforma de fato, nos tornamos novas mulheres, novas prioridades, preocupações, descobertas, aprendizados. E, planejada ou não, nos joga num mundo totalmente diferente daquele conto de fadas que imaginamos um dia.
Portanto, se você está lendo isso e se reconhecendo, não se assuste é isso mesmo. Saudade de tempos antigos não significa que os novos tempos são ruins, significa que são apenas diferentes. Sentir falta de velhos hábitos só demonstram que, antes de ser mãe da Júlia, eu fui a Manuela que não era mãe. E com o tempo, tudo se ajeita.
"Respira. Serás mãe por toda a vida.
Ensine as coisas importantes. As de verdade.
A pular poças de água, a observar os bichinhos, a dar beijos de borboleta e abraços bem fortes.
Não se esqueça desses abraços e não os negue nunca. Pode ser que daqui a alguns anos, os abraços que você sinta falta, sejam aqueles que você não deu.
Diga ao seu filho o quanto você o ama, sempre que pensar nisso.
Deixe ele imaginar. Imagine com ele.As paredes podem ser pintadas de novo, as coisas quebram e são substituídas.Os gritos da mãe doem pra sempre.Você pode lavar os pratos mais tarde. Enquanto você limpa, ele cresce.Ele não precisa de tantos brinquedos. Trabalhe menos e ame mais.E, acima de tudo, respire. Serás mãe por toda a vida. Ele será criança só uma vez."
(Jessica Gómez Álvarez)
Beijos, beijinhos e beijocas